Bacharel
Considerado um dos principais livros de Rubem Fonseca, Feliz Ano Novo, lançado em 1975, teve sua publicação e circulação proibidas em todo o território nacional um ano mais tarde, sendo recolhido pelo Departamento de Polícia Federal, sob a alegação de conter "matéria contrária à moral e aos bons costumes". Fazia uma espécie de apologia da violência
Conto “O campeonato”
- O árbitro de um campeonato de conjunção carnal narra o processo do campeonato entre Miro Parlor e Maurição Chango, as regras e jurisdições, modos de medição das ejaculações, e o decorrer do acontecimento. Parlor ganha o campeonato, finalizando quinze conjunções carnais em 24 horas.
• A depravação sexual explicita nada mais seria que o retrato de um imaginário oprimido – o da sexualidade – pelos tabus da moral. No caso do autor, mais pornográficas seriam as cenas de amor idealizado e puro das telenovelas, nas quais uma realidade falsa e tacanha nos é apresentada. Pornografia maior seria, portanto, esconder a natureza humana ou a realidade de um país fragmentado.
• O non-sense (sem sentido) da vida urbana: retratando não só o mundo marginal, o conto é eficaz em mostrar o absurdo da vida urbana de elite, desde aqueles anos de chumbo até a atualidade. A falta de sentido para as situações mais prosaicas da vida escapam à hipocrisia, e personagens buscam modos de viver absurdos, situações anormais do ponto de vista da ética social e da moral.
• A linguagem: a linguagem de Rubem Fonseca é crua, bruta, agressiva. O uso dos palavrões, de ironias ácidas, do deboche, acentuam o caráter de enfrentamento da realidade e contribuem para a verosssimilhança dos diálogos. Nesse sentido, também merece destaque o uso de inúmeras variedades de linguagem – convivem no mesmo espaço o palavrão do marginal, o clichê do policial, a doçura de alguma mocinha ingênua e o jargão do jornalista.
• A solidão da modernidade: muitos personagens vivem oprimidos, no cotidiano solitário das