bacharel
13(4): 649-659, Dezembro 2009 doi:10.4257/oeco.2009.1304.08 Introdução da Truta no Brasil e na bacia do rio macaé, Estado do Rio de Janeiro: Histórico, Legislação e Perspectivas
Henrique Lazzarotto 1,2,3 & Érica Pellegrini Caramaschi1
Laboratório de Ecologia de Peixes, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Av. Brigadeiro Trompowski, s/n. CCS, Bloco A sala
A 010, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. CEP: 21.941-569.
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Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ilha do Fundão., Caixa Postal: 68020. Rio de Janeiro, Brasil. CEP: 21941-590.
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Email: kiko_lazzarotto@yahoo.com.br
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RESUMO
Apesar de a espécie estar associada a benefícios econômicos, o processo de introdução da truta Oncorhynchus mykiss frequentemente tem acarretado prejuízos ambientais e sócio-econômicos. A truta foi introduzida no
Brasil, pela primeira vez, em 1949, na Serra da Bocaina e no Rio Macaé (RJ) em 1952. Atualmente, a espécie ocorre em todos os estados da Região Sul e Sudeste. As principais razões para sua introdução em rios brasileiros têm sido o incremento da pesca esportiva e do turismo, muitas vezes com o argumento da suposta ausência de outras espécies de peixes nos rios onde foram introduzidas. O caráter ainda recente da proibição em âmbito nacional, aliado aos 50 anos de cultura de introduções de salmonídeos, faz com que novas introduções continuem ocorrendo. Embora historicamente as introduções da truta tenham ocorrido por iniciativa governamental, e a legislação tenha sido leniente, atualmente os principais incentivadores dessas ações são empresários do ramo turístico e pescadores amadores. A truticultura também tem contribuído para reintroduções através da venda de exemplares vivos sem necessidade de obtenção de licença ambiental. Normas ambientais restritivas são muito recentes e pouco divulgadas. Estudos de avaliação de impacto sobre a