Bacharel
A partir do macroconceito de Comunicação, que apresenta o vocábulo como pertencimento a muitos ou a todos, comunhão, tornar comum e estar em relação, é inerente que haja uma superfície de troca entre emissores e receptores, percebendo o “ato de comunicar como sendo o encontro de fronteiras perceptivas” (p. 46). Essa superfície tem seu alicerce na cultura, que permite ao homem dar-se conta não apenas de sua própria consciência, mas da existência de outra, manifestada em percepção. E é nesse fenômeno em que ocorre, se estabelece e emerge “uma zona de fronteira, de troca de sentidos” (p. 47), de acordo com o filósofo Merleau-Ponty, que define a comunicação como sentido de partilha, tendo a fronteira como superfície de contato e a linguagem como ferramenta capaz de moldar esta superfície por meio do diálogo. Por conseguinte, “na troca, ou na comunicação, entre mim e o outro, ambos são arrastados para uma zona na qual perdem algo de si” (apud Merleau-Ponty, p. 47), formando um terceiro campo cognitivo, convergente ou divergente e permanentemente individual para ambos os indivíduos envolvidos no diálogo.
Partindo desses princípios para o campo epistemológico, uma epistemologia da comunicação tentaria captar o que se dá no processo