AçÃO HUMANA
Clarificação do conceito de AÇÃO
As nossas ações distinguem-se de outras coisas que nós fazemos e de coisas que nos acontecem.
Há coisas que fazemos que não se consideram ações humanas. O que fazemos involuntariamente, por exemplo, arrotar, transpirar, tremer de frio ou afastar a mão quando nos queimamos, não pertence ao agir humano.
O que nos acontece são efeitos que sofremos de ocorrências pelas quais não somos responsáveis nem temos qualquer interferência no seu acontecer. Ir requisitar um livro à biblioteca é um ato humano; apanhar chuva no caminho é algo que nos acontece.
Os atos humanos são condutas voluntárias, conscientes e intencionais que ocorrem na sequência de processos intelectuais que lhes determinam o sentido (Ex. visitar um amigo, dar sangue ou fazer uma viagem, pressupõem intencionalidade).
A ação supõe sempre um agente, isto é, um sujeito responsável pela ação. O sujeito da ação, ao agir, é motivado a agir, fá-lo de forma consciente e intencional, a ação é voluntária.
A presença implícita da motivação na ação significa que esta não é arbitrária nem gratuita, isto é, não é o resultado de um puro capricho do sujeito, não se apresenta como destituída de fundamento. É a motivação, a presença de razões para agir que impele o sujeito para a prática da ação; mas, quando o faz, fá-lo porque pretende atingir um determinado objetivo, isto é, tem uma intenção: o ser humano diferentemente dos outros animais, não vive apenas no imediato, mas projeta-se, dirige-se mentalmente para o futuro e é assim que ele é capaz de conceber intenções.
Por último, mas não menos importante, por tudo o que dissemos, podemos concluir pela natureza voluntária da ação. Vontade, todavia, não significa fazer o que se quer, o que imediatamente dá prazer, mas fazer aquilo que achamos que devemos fazer, já que, como seres