Ação de anulação
“Nenhuma Organização consegue ultrapassar o limite de competência do poder que a dirige”.
por Ayrton Sérgio Rochedo Ferreira
1. Construindo a Cena
Tenho encontrado executivos que possuem uma visão simples, clara e correta sobre o seu papel nas Organizações. Indiretamente, espero poder homenageá-los, ao longo deste texto. Mas também tenho me deparado com um bom número daqueles que carregam concepções simplórias a este respeito: visualizam um mundo organizacional governado somente pela autoridade, onde as pessoas são supostas de atingirem objetivos e metas se cumprirem a contento as ordens e orientações de seus chefes. Esses, não demonstram nenhuma preocupação com a forma como suas equipes recebem e reagem às suas demandas. Para eles, a autoridade e o conhecimento técnico capacitam um chefe, a priori, para alcançar os resultados almejados. O que posso concluir neste caso, é que parecem se orientar pelo pressuposto da auto-suficiência do poder, segundo o qual, o pleno exercício da autoridade é o bastante para dispor os subordinados em boa cadeia de comando e fazê-los trabalhar a contento.
Tão ingênuas quanto suas premissas, só mesmo suas reações, quando se deparam com problemas de desempenho em suas equipes: o problema está no “outro”. Como resposta, procurarão moldar, cada vez mais, o comportamento dos subordinados aos seus pressupostos e o desempenho, que provavelmente não melhorará, provocará neles um profundo sentimento de frustração que alimentará conclusões do tipo: “Se não forem bem controlados, os subordinados só farão aquilo que desejarem e do jeito que quiserem".
Simplórios na concepção, emocionais na interpretação, porem sofisticados na execução, passam a demarcar mais claramente o terreno, na medida em que suas expectativas não são atendidas: as portas se fecham ou, mesmo abertas, o volume de voz aumenta; as reuniões se revestem de formalismos exagerados ou então de uma intimidade de mão