Ação Cultural e Liberdade
900 palavras
4 páginas
A atualidade do pensamento freiriano se mostra a cada leitura, a cada um dos muitos escritos que produziu ao longo de sua profícua, radical e transformadora existência enquanto pessoa e educador. Preocupado com as raízes, o meio sociocultural e econômico que abriga os seres humanos, defende a condição de sujeito para que todos cheguem a condição de cidadãos. Esse processo, como entende a educação, é possível através da autonomia dos sujeitos e, sob esta ótica, como referência a obra Ação cultural para a liberdade apresenta uma proposta de educação preocupada com o engajamento do sujeito em sua realidade, em seu contexto, apreendendo-o e tornando-se capaz de, ao criticá-lo, iniciar sua compreensão e transformação. O processo educativo inicia com a tomada de consciência, por parte do sujeito, da condição em que se encontra e na qual se encontram seus semelhantes. Isso é estudar, porque, como Freire diz, “Estudar não é um ato de consumir ideias, mas de criá-las e recriá-las”, para que se comprometam com a qualidade de vida dos seres humanos. Nesse contexto, o educador, o trabalhador, o sujeito ou os sujeitos assim mesmo no plural, pois Paulo Freire vê a educação com ato coletivo, solidário e não individualista trabalham com, jamais sobre, os indivíduos a quem considera sujeitos e não objetos de sua ação. Assim, com humildade e criticidade não se pode jamais aceitar a ingenuidade. Há que se ter posição crítica diante dos fatos, dos acontecimentos, da vida, do mundo. A atitude do educador é uma ação crítica de leitura do mundo que se responde com ação solidária e coletiva, visando à transformação. Freire aponta para uma “Pedagogia utópica da denúncia e do anúncio” como necessidade de ser ato de conhecimento da realidade denunciada, uma ação cultural para a libertação. Em não se verificando essa disposição radical, não há educação, na medida em que educação só ocorre como compromisso com o cidadão, com o sujeito, com a vida e, desse