Aços Maraging
1. INTRODUÇÃO
Os aços maraging são ligas de ferro com baixo teor carbono (menor que 0,03%) e alto teor de níquel (16 a 26%), além de adições de cobalto (0 a 12,5%), molibdênio (0 a 5,2%), titânio (0,15 a 1,7%) e alumínio (0,05 a 0,15) [12]. É uma família de aços de altíssima resistência mecânica, nos quais o endurecimento é atingido por meio de um tratamento térmico de envelhecimento. A denominação maraging é devido a esse mecanismo de endurecimento, que consiste no envelhecimento (aging) da martensita
(mar) [2].
Foram criados para utilização em situações onde se requer ultra alta resistência combinada com boa tenacidade e devido apresentarem alto limite de escoamento e fácil usinabilidade, os aços maraging despertam grande interesse na indústria bélica e nuclear, na fabricação de componentes aeronáuticos e até mesmo na indústria esportiva
[11].
Desenvolvidos na década de 50 por Clarence Georges Bieber, os aços maraging foram produzidos inicialmente nas combinações de 75% de ferro e 25% de níquel e
80% ferro e 20% níquel. A temperatura de transformação da austenita para martensita dessas ligas era controlada apenas com o ajuste do conteúdo de níquel. Eram endurecidos por precipitação a temperaturas entre 425° e 510°C, chegando a uma dureza de até 67 HRC.
Pesquisas iniciais foram realizadas utilizando elementos de liga substitucionais como alumínio, titânio e nióbio. Essas composições foram logo abandonadas devido ao alto grau de fragilização, causada pela formação de nitretos e carbonetos, quando esses aços atingiam altos níveis de resistência mecânica.
Em 1960 Decker, Eash e Goldman descobriram um endurecimento considerável da martensita Fe-Ni quando eram adicionados às ligas o cobalto e o molibdênio. Esse endurecimento ocorre devido ao efeito que ambos possuem de aumentar a dureza da martensita durante o envelhecimento, sendo que o endurecimento do cobalto juntamente com o molibdênio é bem maior do que a soma dos dois