Aço inoxidável austenítico magnético
O esforço feito para evitar a contaminação do aço inoxidável austenítico com aço carbono durante a fabricação de equipamentos, é a meu ver a fonte de uma confusão. O engano consiste em achar que "o aço inoxidável pega imã quando está contaminado com carbono".
Antes de abordar a questão do magnetismo, quero explicar que a contaminação da superfície do aço inoxidável austenítico (série 300) deve ser evitada para que não ocorram danos, sob os locais contaminados, principalmente corrosão sob depósitos e corrosão galvânica. É muito perigosa, também, a contaminação durante a soldagem do aço inoxidável, onde como conseqüência do aumento de carbono, na região fundida, resulta na redução de sua resistência à corrosão.
Este tipo de aço deveria ser totalmente austenítico a temperatura ambiente e consequentemente amagnético. Mas dependendo da composição química pode apresentar ferrita o que lhe confere leve magnetismo. Quando deformado plasticamente (dobrado, estampado, conformado, etc.) a austeníta transforma em martensita e também o torna magnético.
Nada a ver com carbono.
As soldas de aço inox usualmente contêm ferrita (agulhas escuras à direita) para evitar fissuração a quente e são levemente magnéticas.
Uma forma de prever se um material pode conter ferrita e ser magnético é utilizando o diagrama de Schaeffler (abaixo). Conhecida a composição química do aço se calculam o Cromo e o Níquel equivalente para saber qual vai ser a microestrutura resultante. Veja que quanto maior o Níquel equivalente maior é a tendência do material ser austenítico.
No calculo do Ni eq. o Carbono é multiplicado por 30, ou seja, quanto mais carbono maior é a tendência do material ser austenítico e amagnético.
O contrario do mito.
Austeníta poligonal não deformada – amagnética.
Austeníta transformada em martensita por deformação plástica – magnética.
Observe que a força de atração entre um imã e um pedaço de