Aves silvestres
Utilização, perseguição, destruição, caça ou apanhe de espécimes da fauna silvestre são práticas proibidas por lei (Lei Federal Nº 5.197/67). Na Região Amazônica, por exemplo, ações como essas ainda são muito comuns. As aves são os principais alvos dessas ameaças antrópicas. Entre elas, o papagaio-do-mangue (Amazona amazonica) e o curió (Sporophila angolensis).
Em geral, a captura dessas aves tem como fim a comercialização. Porém, em certos casos, as aves são capturadas para a criação (uso doméstico). Em Santa Bárbara do Pará, os moradores compram, ganham ou capturam essas aves para criá-las em cativeiro. Quais os motivos para que as pessoas criem aves silvestres em cativeiro? Foi essa a questão que norteou a Dissertação de Mestrado de Viviany Amaral da Costa, pesquisadora do Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento (NTPC) da Universidade Federal do Pará.
Sob a orientação da professora Maria Luisa da Silva, coordenadora do Arquivo do Som da Amazônia (ASA), a pesquisadora desenvolveu seu trabalho Aves Silvestres criadas em cativeiro em Santa Bárbara do Pará: aspectos socioculturais, a fim de identificar a percepção da população do município quanto à manutenção de aves silvestres em cativeiro.
"O objetivo da dissertação foi diagnosticar o problema e o porquê de as pessoas estarem criando aves silvestres. Depois disso, a ideia é fazer um projeto de educação ambiental a partir do que descobrimos, e minha dissertação foi a primeira etapa para a construção desse projeto, que terá a participação de todos os pesquisadores do ASA", explica Viviany Amaral.
Para conhecer os motivos de tal costume, bem como o perfil dos mantenedores das aves em cativeiro, foram entrevistadas 120 pessoas de três bairros do município de Santa Bárbara, no período de abril a dezembro de 2011. Os formulários aplicados nas entrevistas continham perguntas abertas (subjetivas) e perguntas fechadas ("sim" ou "não") a respeito do perfil dos entrevistados e da criação das