Avatar
Persona, filme - aparentemente surreal - de Ingmar Bergman, é uma obra-prima nos mínimos detalhes. Ele mergulha profundo na sinuosa e difícil compreensão da psique humana. Faz um ensaio bastante junguiano e instiga o espectador a se identificar, se reconhecer dentre as múltiplas facetas das personas representadas por Liv Ulmann - uma atriz em crise de identidade - e Bibi Andersson - a enfermeira. Não é um filme fácil, vi algumas vezes, porque não quis perder nenhum detalhe dos simbolismos utilizados magnificamente por ele.
Este filme - embora seja de 1966 - me parece atemporal, pois mais do que nunca, vivemos o fenômeno da hiper-exposição narcisista através da Internet. Temos a liberdade - como nunca tivemos antes - de sermos quem quisermos. De construírmos inúmeras identidades a partir do prazer que isto nos dá e que na vida real não poderíamos alcançar. E Para isso usamos "Avatares". O mundo virtual onde todos os prazeres nos serão possíveis de vivenciar, está apenas começando, como profetiza Raymond Kurzweil, futurólogo e visionário, em entrevista ao jornalista Jorge Pontual, no programa "Milênio" da GloboNews, onde é vislumbrado por ele um futuro tecnologicamente idílico, onde o virtual e o real se mesclariam tornando-se uma coisa só. Essa teoria está amplamente representada no filme "Avatar" talvez a versão atual de Persona, (guardadas as devidas proporções) embora com temas diferentes, o âmago do filme "Avatar", seja a demonstração do que será a "Persona Digital" num futuro próximo. Abaixo segue a mais conflitante questão