Avaliação qualitativa pedro demo
Pedro Demo*
Sempre se falou de avaliação qualitativa, mas sua colocaçáo sc tornou mais insistente a part i ~ surgimento da pesquisa participante. Esta i n i a de um assunto que € facilmente reconhecido do como não quantitativo, emhora se imagine dc relevkcia extrema na realidade. Não há como fahricar uma taxa, um coeficiente, um índice de participação, porque não existe um metro, um quilo, um litro dela. Como a ideologia, cuja presenp e influencia ningn€m duvida, 6 de captação complicada pelos métodos usuais da ciência conhecida. Há gente que chega a dar a vida por uma posição ideológica. Quer dizer, não se coloca em dúvida se qualida9e existe. O problema 6 de ordem metodol6@ca, no sentido de sua captação e dimcnsionamento. E a este nível que estamos perplexos. A medida que ganha espaço o interesse por políticas de teor qualitativo - questão da cultura, da identidade comunitária, da participac;ão, do espaço político etc. -, torna-se premente buscar caninhos de avaliação, sob pena de não sabcrmos o que dizer e, em conseqüência, não sc poder disputar frente a políticas quantitativas as mesmas chances na realidades social (i). Tentamos aqui armar uma introdução ao tcma, sem qualquer outra pretensão. O motivo principal que move este trabalho preliminar é a preocupação em alcançar para avaliaçòes qualitativas uma oportunidade verdadeira, evitando de confundi-las amiúde com posturas excessivamcnte aniadoras e diletantes.
i. QUESTÃO DA QUALIDADE
A realidade social possui dimensóes qualitativas. Esta afumaçáo parece tranqüila O lado
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quantitativo tem a vantagem de ser palpável, visível, manipulável. Por isso, levamos a impressão comum de que o mais importante na vida é a base material. 0 materkhsmo histórico codificou muito bem tal perspectiva: a din5nica histórica mais fundamental é em última instância determinada pelas necessidades de produção. Se quisermos transfomar a história,