Avaliação Psicológica na educação - mudanças necessárias
Adriana Marcondes Machado
Muitos pais, professores e psicólogos têm a seguinte pergunta: “o que a criança tem, que produz problemas de aprendizagem ou atitudes agressivas”? Essa pergunta nos revela que o problema estaria na criança.
Fenômenos não são individuais, não pertencem a ninguém. A questão da aprendizagem não é individual. A significação afetiva, emocional e intelectual que o grupo atribui à diferença pode vir a impedir o desenvolvimento do indivíduo muito mais do que a deficiência chamada primária. Os fenômenos são viabilizados nas relações, agimos diferente conforme as relações.
O que está em questão aqui é o olhar diagnosticador, produto de graus de deficiência e definições individualistas atribuídas à criança encaminhada. Este texto visa discutir o objeto e função das avaliações psicológicas em relação a criança encaminhada.
Quando as classes são organizadas temos a ilusão da homogeneidade, as professoras que participam dessa decisão acreditam que estão fazendo o melhor para as crianças. Os efeitos que vemos nos alunos que participam de classes “lentas” mostram-nos que a maioria passa a acreditar ser incapaz para aprender, produzindo-se a incapacidade. Pode-se dizer que os sintomas apresentados pelas crianças têm sido acolhidos de uma forma que os intensifica.
Conseguir uma prática inclusiva implica em ir contra a maré que o sistema produz de classes especiais que funcionam como depósitos de professores e alunos e parecem viver em um mundo à margem da escola.
Crianças que frequentam classes especiais sofrem a discriminação e o estigma de um lugar cuja prática segrega pais, alunos e professores. Os professores que tinham a quem recorrer para um movimento escolar retiraram suas queixas de alunos pelo simples fato de serem ouvidos. O que se deve trabalhar é a discriminação na escola e não as crianças encaminhadas.
O erro esta em acreditar em causas individuais e familiares para