Avaliação psicológica, testes e possibilidades de uso Blanca Susana Guevara Werlang Anna Elisa de Villemor-Amaral Regina Sonia Gattas Fernandes do Nascimento O homem demorou muitos séculos para entender as diferenças in-dividuais, os comportamentos estranhos, os problemas mentais graves. Até encontrar uma adequada compreensão desses fenômenos, o homem lançou mão de explicações as mais variadas, que o distanciavam da reali-dade de encarar esses processos como parte da condição humana. Só no final do século XVIII e início do XIX, efetivaram-se procedimentos huma-nitários para o cuidado apropriado de pessoas com problemas mentais, melhorando também as condições dos locais que abrigavam esses indi-víduos. Muitos cientistas da época preocupavam-se com a mensuração das diferenças individuais, mas outros entendiam que o foco de interes-se dos estudos devia centrar-se no que havia de comum entre as pes-soas e nas descrições generalizadas do comportamento. Nesse contexto, surgiram os testes psicológicos que, no século XIX, foram concebidos sob a influência de conceitos e instrumentos aplicados na Física, na Química, na Astronomia e também sob a tradição clínica oriunda da Medicina, da Psiquiatria e da investigação social. Especificamente, cabe destacar que as primeiras sementes para estru-turar a área de medição em Psicologia foram lançadas pelo inglês Francis Galton, que introduziu o estudo das diferenças individuais; pelo americano James McKeen Catell, a quem se devem as primeiras provas denominadas como “testes mentais”, e pelos franceses Alfred Binet e Theophile Simon, or-ganizadores de um teste bastante extenso para medir a capacidade mental de crianças em idade escolar. De certa forma, é possível dizer que esses estu-diosos são considerados os pais da avaliação psicológica e que certamente a partir deles o movimento dos testes cresceu rapidamente. 88 Tal desenvolvimento fez com que, de modo geral, no início de sua atividade profissional, o psicólogo visasse a aferir