Avaliação de risco em áreas contaminadas
Dr. Alexandre Pessoa da Silva
Uma definição completa de risco tem necessariamente que incluir o conceito de exposição a um determinado perigo. Perigo, por sua vez, se define como uma situação com o potencial de causar um dano. A exposição a um perigo pode ser voluntária: por exemplo, esquiar, saltar de pára-quedas ou mesmo fumar. Por outro lado, a exposição também pode ser involuntária: por exemplo, a exposição a substâncias tóxicas presentes no meio ambiente, no ar que respiramos, na água ou nos alimentos que ingerimos.
Os efeitos negativos da exposição a uma substância tóxica dependerão da toxicidade da substância, da quantidade desta substância com a qual se entre em contato (dose), e do tempo e frequência deste contato (exposição). Os efeitos negativos dependerão também das características dos indivíduos expostos; quer dizer, o risco é também função da vulnerabilidade da população que o enfrenta.
A compreensão ética e filosófica sobre conceitos como vulnerabilidade e suscetibilidade é fundamental para os especialistas que participem de estudos de avaliação de risco à saúde humana.
Almeida assinala que a falta de compreensão de tais conceitos pode resultar em profissionais da saúde incapazes de fazer da bioética um instrumento político, que garanta a proteção e não exploração de indivíduos vulneráveis.
O termo vulnerabilidade é derivado do Latim (vulnus = ferida). Nos humanos, a vulnerabilidade expressa a possibilidade de ser ferido, sendo uma das suas características universais. Adicionalmente, anterior à possibilidade de ser ferido em vida, a vulnerabilidade humana se traduz na própria condição da vida humana, caracterizada por um extenso grau de fragilidade por ser temporal e finita.
Alguns autores enfatizam a distinção entre vulnerabilidade e risco. Segundo eles, o risco estaria associado à maior ou menor exposição a eventos de saúde, com comprometimento de ordem física,