Avaliacao do nivel de abate das arvores para a producao de Carvao vegetal
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.0 Introdução
A floresta em Moçambique tem vindo a sofrer impactos sérios e significativos, devido a uma combinação de factores, entre os quais se destacam o corte ilegal e desregrado de espécies madeireiras, a exploração de carvão vegetal, a agricultura itinerante, as queimadas florestais, a urbanização e as mudanças climáticas (MOURANA & SERRA,
2010).
Segundo o Inventario Florestal Nacional de 2007, as áreas ao redor das cidades e ao longo das estradas são as áreas de maior actividade de fabrico de carvão e venda de lenha, o que consubstancia o facto de o consumo urbano de combustíveis lenhosos ser o que causa maior impacto aos ecossistemas (SITOE et al., 2012).
Ligado a este facto existe uma alta demanda de madeira de espécies nativas, destinada principalmente à produção de lenha e carvão vegetal para uso doméstico e para pequenas indústrias como panificadoras (SHIMIZU, 2006).
Apesar da legislação florestal vigente em Moçambique estabelecer medidas sobre as espécies nativas a serem usadas para efeitos de energia, baseadas nos valores comerciais, científicos, de raridade e de resistência das madeiras produzidas pelas espécies florestais, os produtores de carvão vegetal não respeitam esta disposição legal. (MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, 2002).
Segundo MAPOSSE (2003) o abate de árvores para a produção de carvão ocorre durante todo ano, de forma sistemático (restrito a um certo grupo de árvores preferidas) não existindo nenhum tempo para sua regeneração florestal. Este facto concorre para o desaparecimento parcial da floresta e algumas espécies nativas da região.
É nesta vertente que torna-se relevante desenvolver um tema sobre avaliação do nível de abate das árvores para a produção de carvão vegetal de modo que fiquem registados dados florestais sobre a exploração para fins de produção do carvão vegetal e as espécies mais exploradas na localidade de Mudima.
O presente trabalho está dividido em cinco capítulos.