AVA seção 2
Sócrates e a busca de si Sócrates não foi o primeiro filósofo; no entanto, é ele que carrega a marca do primeiro filósofo propriamente dito. Foi a história que lhe deu esse honra, já que ele mesmo não se preocupava com tal definição. Sua vida tinha um objetivo claro que era provocar os seus contemporâneos a pensar, sem se prender a formalidade, mas como uma busca de referências e valores que fundamentasse o sentido e significado de uma vida individual e coletiva. Para ele, filosofar era uma atitude, um modo de vida que era motivado pela necessidade de interrogar, e o conhecimento um diálogo com o mundo. O pensamento socrático é o ponto de partida para a tradição filosófica ocidental. Ele inaugura a tradição clássica ao romper com a preocupação dominante dos Pré-Socráticos de fazer uma filosofia da natureza. Com o seu pensamento, a problemática ético-política toma a dianteira da discussão filosófica como questão urgente da sociedade grega. Este desenvolvimento da filosofia está diretamente ligado a uma nova realidade cultural e econômica. É a partir da estabilização da sociedade grega, com o desenvolvimento do comércio, com a organização da sociedade ateniense, que a filosofia encontrará as condições necessárias para o seu desenvolvimento. Ao lidar com os seus próprios negócios, a sociedade ateniense viu a necessidade de conciliar e harmonizar as diferentes tendências e, para isso, a democracia foi a melhor ferramenta. Mas o que representou essa democracia? Ela representa a possibilidade de se resolver, através da palavra e das leis iguais para todos, as divergências existentes ao buscar o melhor para as partes. Com isso, a razão se sobrepõe a força, e a força se rende a força da razão. A linguagem precisa ser racional, as discussões bem fundamentadas, os argumentos articulados e o questionamento essencial.
Quem foi Sócrates? Como podemos observar, Sócrates marca o início da filosofia clássica. Mas quem foi ele?