autor - punição
Autor oral
Na antiguidade, era muito difícil – para não dizer impossível – dissociar a “voz” da escrita, já que os “livros” antigos eram rolos de papiro e o autor não poderia lê-lo e escrever ao mesmo tempo, dependendo assim de uma outra pessoa para anotar o que seria ditado por ele. Essa relação quase simbiôntica já não é mais necessária nos dias atuais e se reflete na forma de produzir e difundir conteúdo, já que o autor dispõe de recursos técnicos para ler, reler e alterar seu material quantas vezes achar necessário.
Além disso, algumas modalidades de escrita – como no caso das peças de teatro – não eram idealizadas para ganharem a luz do sol em forma de cópias impressas em grande quantidade. Eram essencialmente feitas para serem encenadas, de preferência somente pela trupe “dona” do texto. Portanto, não imprimir o texto era também uma forma de resguardar a propriedade intelectual do mesmo. A exceção se dava em casos específicos, como no aparecimento de cópias não autorizadas ou para fazer algum tipo de esclarecimento quanto ao conteúdo apresentado em cena.
A função do autor
Na idade média, não existia a figura do autor como a entendemos hoje. A obra era, ou inspirada por Deus, sendo o escritor nada mais que um instrumento usado para perpetuar um desígnio divino, ou um complemento a uma tradição já largamente estabelecida, portanto, sem valor formal se analisada isoladamente.
Esse conceito é mudado quando autores como Christine de Pisan, na França, e Boccácio, na Itália, passam a ser representados no interior dos manuscritos escrevendo suas próprias obras e não mais ditando-as ou “copiando” de um ditado divino.
Ironicamente, os primeiros movimentos autorais partiram com mais força