AUTONOMIA NA PEDAGOGIA KANTIANA
Suzana Boeira¹
INTRODUÇÃO
A Educação do homem, depende de sua liberdade, de sua moral e de sua autonomia para alcançar esta liberdade e moral, assim era a visão do filósofo prussiano Immanuel Kant acerca da formação do homem. A autonomia é a temática desta análise da Pedagogia Kantiana.
Para Kant o homem é a única criatura que precisa ser educada, pois o homem tem a capacidade de servir-se de sua própria inteligência sem a influência de outro, e por Educação entende-se o cuidado dado à infância, a disciplina e a instrução. (KANT, 2002, p11)
A disciplina para Kant é negativa, no sentido que molda o indivíduo, retirando dele a ‘selvageria’. A disciplina educa para a obediência, no entanto a obediência possui dois aspectos, aquela das normas de governantes que são absolutas e aquela que obedece à vontade do próprio sujeito. (ZATTI, 2007, p 32)
A liberdade humana é o que permite que o homem possa ser educado, ainda conforme Zatti (2007, p. 32) dizer que um ser é livre é dizer que ele não tem essência que determine a sua existência, ou ainda, não ter essência determinada é o que faz do homem livre. Este pressuposto de liberdade é o que determina a autonomia do homem. A arte da educação ou pedagogia deve, portanto, ser raciocinada, se ela deve desenvolver a natureza humana de tal modo que possa conseguir o seu destino (KANT, 2002, p.21). Conseguir o seu ‘destino’ é possuir a existência e não se pode falar em possuir sua existência sem Autonomia.
Autonomia conforme Lalande (1999, p. 115) no Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia, é a condição de uma pessoa ou uma coletividade cultural, que determina ela mesma a lei à qual se submete. Opõe-se à heteronomia que é quando este indivíduo ou coletividade recebe do exterior a lei à qual deve se submeter. Autonomia e Heteronomia precisam conviver pois equilibram a vida em sociedade.
Ao longo da história a Autonomia tem noções diferentes conforme o povo e o período histórico analisado.