Autonomia Economica Das Mulheres
As poucas informações sistematizadas que temos sobre o trabalho das mulheres estão focadas no trabalho formal e não no trabalho não remunerado. Sabemos que, na África Subsaariana, por exemplo, as mulheres trabalham muito. No entanto, os empregos com salários dignos e proteção social são exceções. Na África do Norte a participação das mulheres no mercado de trabalho é muito baixa porque a maioria das mulheres deve pedir permissão a um membro masculino da família para trabalhar fora de casa. A diferença de acesso ao emprego entre mulheres e homens é mais alta do mundo seguida pelo Oriente Médio. Na América Latina e Caribe as mulheres trabalham principalmente no setor de serviços e muitas vezes, em empregos vulneráveis, e um grande número de mulheres trabalha no setor informal como artesãs, camponesas, vendedoras, etc. Os maiores índices de atividade das mulheres se dão na Ásia Oriental, Sudeste asiático e Pacífico e todos com jornadas de trabalho extensas. Na Europa, Estados Unidos, Canadá, Japão é maior a probabilidade de que as mulheres estão empregadas em posições de menor relevância que os homens e em jornadas de tempo parcial.
A exploração do trabalho das mulheres está na base da organização do sistema econômico capitalista neoliberal:
1) As mulheres recebem sistematicamente menos que seus colegas homens pelo mesmo trabalho (seus salários ainda são considerados complementares aos salários dos homens – ver mais adiante o ponto sobre economia feminista). Tanto trabalhadores homens como mulheres se vêem obrigados a competir entre eles por trabalhos precários no sistema neoliberal permitindo, desta forma, a redução dos salários e das condições de trabalho em geral e em nível internacional;
2) O trabalho é tipicamente precário: horas flexíveis, horas extras não pagas, trabalho em tempo parcial ou contratos de curto prazo; proibição de sindicalização, desrespeito a direitos adquiridos, falta de seguridade social e de