Auto Exame da alma
1ª Edição: dezembro/2013
Capa e Diagramação:
Junio Amaro
Apresentação
Lembro-me bem quando os computadores começaram a entrar na vida diária brasileira e muitos trabalhos migraram para a “telinha”. Uma das primeiras suposições foi que iríamos usar bem menos papel, pois tudo ficaria armazenado no computador, para alegria das árvores. Para surpresa de todos, nos anos seguintes foi constatado que estávamos usando cinco vezes mais papéis do que no tempo das máquinas de escrever. Essa simples constatação foi a primeira de uma série de outras que passamos a viver nos anos seguintes: o
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advento dos computadores e seus assemelhados, de fato, não simplificou a nossa vida. Ao contrário, tornou-a muito mais complexa e atraente, roubando vertiginosamente o nosso tempo. Com isso, os momentos com Deus, leitura da Bíblia e meditação se tornaram, antes de tudo, um heróico ato de negação aos atrativos da informática. Não bastasse termos que vencer o sono e o cansaço, agora, teríamos que vencer o gigante cibernético.
Por razões como essa é que o autor recomenda o autoexame, uma vez que “o ativismo do nosso tempo, em vez de contribuir para a nossa intimidade com
Deus, favorece o endurecimento do nosso coração”. E exorta: “Precisamos estar atentos ao nosso coração e aos estratagemas que a nossa natureza pecaminosa usa para tentar nos afastar dos princípios e da vontade de Deus”. O momento, portanto, é de desacelerarmos, senão, corremos o risco de apostasia.
Após apresentar essa realidade, o autor Gustavo Bessa, como é do seu feitio, se reporta à História para exemplificar suas afirmações, nos levando, nada menos que ao século II, e estabelecendo um paralelo com as ideias de John Bunyan no livro “O
Peregrino”.
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Daí em diante, o livro é puramente um espelho que revela o interior dos protagonistas da nossa geração – os obcecados pelo sucesso pessoal e profissional – e deságua brilhantemente