auto estima
Antes de dois anos de idade, a criança deseja empurrar o seu carrinho, deseja controlar o seu mundo, deseja fazer com que as coisas façam coisas. Tem uma intensa paixão de mexer nas coisas. O que é que a tinta faz? E o baton? E a navalha? O que é que a gente pode fazer com armários, gavetas de escrivaninha, fósforos, tomadas elétricas, cães, gatos ou a cabeleira da avó? Em poucos minutos, a curiosidade do menino de dois anos pode pôr a, casa de pernas para o ar.
Esta paixão, que é a tragédia de todos os pais, não é uma conseqüência direta de sentido do eu. É apenas a normal relação adiente (de aproximação) da criança com seu ambiente - o "impulso explorador", se se quiser dizer assim. O sentido de eu aparece quando essas atividades são impedidas.
Uma criança de dois anos foi ao banheiro, com o pai, para lavar o rosto. Dizendo "eu faço", procurou abrir a torneira. Fez várias tentativas mas não conseguiu abri-Ia. Durante certo tempo, o pai esperou pacientemente, mas finalmente "ajudou" a criança. Explodindo em gritos de protesto, a criança saiu correndo do banheiro, e não quis lavar o rosto. O pai tinha estragado tudo.
Tais incidentes são comuns nessa idade. Quando se frustra o impulso de exploração, a criança sente um choque em sua auto-estima. O ego é frustrado, e disso resultam humilhação e cólera. A criança se torna agudamente consciente de si mesma como um eu. É tão notável esse comportamento que alguns psicólogos dizem que a necessidade de autonomia é a marca saliente do eu, nos segundo e terceiro anos de vida.1