Auto Engano

O engano acompanha a humanidade desde o princípio da história, esta idéia é passada pelo autor quando ele descreve uma passagem bíblica utilizando um ângulo diferente de visualização do contexto.
No Genesis quando a cobra oferece a maçã ao casal bíblico, ela diz que ao comer o fruto eles teriam conhecimento sobre o bem e o mal e que não morreriam como Deus havia advertido ambos. Realmente eles não morreram ao comer o fruto e conseguiram o conhecimento sobre as “coisas”, mas e o que Deus falou? Ele mentiu? Não, necessariamente, pois Deus não se referia a uma morte súbita, mas sim a uma consciência sobre a morte e a certeza de que esta viria.
Outra situação ainda nesta linha de raciocínio é a atitude de Adão ante a presença de Deus, primeiramente tentou se esconder e depois tentou enganar Deus, comete assim o primeiro ato de auto-engano, um homem enganar Deus, fora a seqüência do fato em que Adão ainda joga a sua culpa para Eva e esta por conseqüência empurra a sua para a cobra, mostrando que a tendência que temos de não assumir nossas culpas é antiga, pois já constava nos escritos bíblicos desde o primórdio do mundo.
Com esta citação bíblica o autor mostra que se engana quem acredita que estas palavras tem somente uma interpretação, Montaigne disse “para um ateu todos os escritos sustentam o ateísmo”, a utilização das escrituras podem ser utilizadas para enganar pessoas, defender uma idéia e em muitas vezes até tirar vantagem financeira sobre alguns inocentes, para isto basta semear um novo ponto de vista sobre os textos, da mesma forma que foi passado agora sobre o Genesis.
“O bebê humano aprende a enganar antes mesmo de falar” (Gianetti, Auto Engano,1997), seguidamente escutamos casos de bebês que simulam o próprio choro buscando a atenção de sua mãe, será que já nascemos com o engano incrustado em nossa mente ou aprendemos com o passar dos dias?

AUTO-ENGANO

As inscrições “Conheça-se a si mesmo” e “Nada em excesso”, lapidadas no templo de Delfos,