Auto Eficácia
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AUTO-EFICÁCIA E SATISFAÇÃO PROFISSIONAL DOS
PROFESSORES: COLOCANDO OS CONSTRUTOS EM
RELAÇÃO NUM GRUPO DE PROFESSORES DO ENSINO
BÁSICO E SECUNDÁRIO
Neuza Pedro
Instituto de Educação da Universidade de Lisboa
AUTO-EFICÁCIA DOS PROFESSORES: INTRODUÇÃO AO CONCEITO
No campo de investigação da Psicologia Humana, o conceito de auto-eficácia surge como construto científico distintamente tutelo por duas abordagens teóricas, primeiramente, a Social
Learning Theory de Rotter (1966) e seguidamente a Social Cognitive Theory de Bandura
(1977) onde, da ideia de „self-directed mastery’, o conceito de auto-eficácia acaba por emergir.
É, sobretudo, no quadro conceptual a teoria socio-cognitiva de Bandura que o conceito de auto-eficácia tem ganho relevância nas últimas décadas, enquanto mecanismo explanatório de sucessos e fracassos no desempenho humano. Ligando-o à capacidade de auto-direccionamento e de regulação da actuação humana, Bandura (1997) apresenta o conceito de auto-eficácia como a crença de um sujeito acerca da sua capacidade para organizar e executar o conjunto de acções necessárias para atingir determinado objectivo.
O sentido de auto-eficácia de um sujeito aparece como construto motivacional, que se alicerça na percepção pessoal de competência, mas que vai além do nível de desempenho actual (Tschannen-Moran, Hoy & Hoy, 1998). O conceito releva, assim, uma natureza prospectiva (Schunk & Gunn, 1986), na medida em que se constitui como uma crença futuramente orientada, não limitada às conquistas passadas ou ao modo de funcionamento presente, antes projecta-se em comportamentos futuros. As crenças de auto-eficácia determinam o nível de esforço despendido por um sujeito numa dada actividade, o tempo investido na eliminação dos obstáculos/dificuldades, e nível de resiliência evidenciado no confronto com situações adversas (Pajares, 1997). Distingue-se na auto-eficácia dois elementos