Auto da Barca do Inferno
ARGUMENTO
-Alegoria da chegada dos mortos ao cais de passagem para a outra vida; no cais estão 2 barcas: uma que vai para o Céu, guiada pelo Anjo, e a outra que vai para o Inferno, guiada pelo Diabo; chegam 11 personagens, representantes de várias classes e grupos, que são julgadas, que se defendem e que são condenadas à barca do Diabo, com exceção do Parvo e dos 4 Cavaleiros.
ESTRUTURA EXTERNA
-Este Auto não está dividido em cenas. No entanto, tendo em conta a entrada de cada personagem, podemos considerar que o Auto tem 12 cenas: a 1ª é quando o Diabo e o companheiro preparam a barca, a 2ª o protagonista é o Fidalgo; cada vez que uma personagem chega ao cais inicia-se uma nova cena.
ESTRUTURA INTERNA
-Cada quadro é independente e não existe qq relação entre a história das diversas personagens; a peça tem várias exposições, vários conflitos e vários desenlaces.
-Apresenta unidade de ação (todas as personagens acabaram de morrer, chegam ao cais de passagem para o outro mundo, onde são julgadas pelo Anjo e pelo Diabo, consoante o que fizeram em vida).
PERSONAGENS
Processos de caracterização
Todas as personagens são caracterizadas:
Através de símbolos cénicos que transportam (indiciam a sua identidade/conduta)
Diretamente (através do que o Anjo e o Diabo dizem da vida que levaram e do que dizem sobre si próprias)
Indiretamente (através das suas atitudes durante o julgamento, dos argumentos que utilizam a da linguagem que usam)
Conceção
-As 11 personagens são personagens-tipo (representam classes ou grupos) e personagens planas, não apresentam traços profundos e individuais
-O Anjo e o Diabo são personagens alegóricas, pois representam o mal e o bem, o Inferno e o Paraíso
Percurso cénico
D-A-D: Fidalgo, Onzeneiro, Sapateiro, Frade, Alcoviteira, Corregedor, Procurador
-Começam por se dirigir à barca do Diabo, onde se recusam a entrar; dirigem-se à barca do Anjo, onde lhes é recusada a entrada; regressam à barca do Diabo,