auto da barca do inferno

Introdução
No âmbito da disciplina de Língua Portuguesa, foi-nos proposto analisar a cena V referente ao Sapateiro, da obra “Auto da Barca do Inferno”, escrito no século XVI.
Após a leitura e alguma pesquisa, concluímos que esta obra tinha o propósito e o objectivo de criticar as classes sociais naquele tempo. Assim, as personagens tipo continham elementos cénicos, que caracterizavam os comportamentos das diversas classes sociais da época, evidenciando os pecados que nessa altura cometiam e o destino que a grande maioria das personagens estavam sujeitas. Sendo que, o inferno seria para quem comete pecados e o direito a entrar na Barca da Glória para quem praticasse apenas o bem.

Caracterização da Personagem:
O Sapateiro, é a quarta personagem a intervir na história.
Caracteriza-se directamente, por aldrabão (“”), ladrão (“”), desonesto, (“”) e apresenta uma linguagem muito pouco cuidada podendo ser considerado, malcriado (“Arrenegaria eu da festa e da puta da barcagem”). Indirectamente, podemos concluir que o sapateiro é pecador, auto-confiante, pois acredita mesmo que vai para a barca da glória, resignado, explorador, pois rouba os outros, ingénuo, pois pensa que o facto de ser cristão o salva dos pecados que cometeu e mentiroso , pois mentia ás pessoas para depois burla-las.
A classe social do Sapateiro é o povo (artesão).
O seu percurso cénico : Chegado ao caís, dirige-se à barca do Diabo, depois vai à barca do Anjo e por fim regressa à barca do Diabo, onde entra. É condenado porque morreu excomungado, é mentiroso e roubou o povo durante trinta anos com a sua profissão (daí a sua prática religiosa não lhe valer de nada).

Argumentos de Defesa do Sapateiro:
Rezava;
Ia á missa;
Fazia ofertas á igreja;
Confessava-se;
Praticava outros actos religiosos.

Argumentos de acusação do diabo:
Mentia e roubava os clientes;
Ia à missa, porém fazia-o apenas por pensar que isso lhe garantia lugar no paraíso e apesar de dar esmolas, fazia-o com o dinheiro