Auto Da Barca Da Gl Ria
Esta peça foi representada na Sexta-feira santa de 1519, e assemelha-se na sua forma às outras peças que compõem a trilogia das barcas. O cenário é o mesmo: um rio no qual estão aportadas duas barcas, uma com destino à Glória e a outra ao Inferno. As cenas são independentes entre si, apesar da ligação aparente que consiste no julgamento das almas. No entanto, existem diferenças, tais como: o aparecimento de uma nova figura, Morte (introdutora das personagens); as personagens são todas de alta dignidade, e são todas absolvidas, embarcando para a Glória.
Fazem parte destas personagens o Conde, o Duque, o Rei, o Imperador, o Bispo, o Arcebispo, o Cardeal e o Papa. São assim, figuras da classe mandatária do país, e da classe eclesiástica, que aparecem por ordem crescente de importância nas cenas.
Todas as personagens tem razões para ir para o Inferno. Mas entanto, o inesperado acontece: o Anjo desfralda uma vela, onde está pintado um crucifixo e perante esta todas as personagens rezam uma oração, sendo todos aceites na Barca da Glória, por intervenção directa de Cristo.
Cena I - v. 1 a 147[editar | editar código-fonte]
O Satanas pergunta à Morte porque que é que esta só lhe traz gente humilde e simples, "os ricos e honrados não aparecem!". Entra, então, a primeira personagem, um conde próspero. O Diabo acusa-o de ter gozado bem a vida. Apesar de denunciar todos os vícios do Conde, este está predestinado a ser absolvido, como todas as outras personagens, pois pertence à classe dos mais altos dignitários das instituições civis e eclesiásticas.
Cena II - v. 148 a 240[editar | editar código-fonte]
A personagem seguinte é um Duque que foi severamente acusado pelo Diabo. Por muita cortesia que esta personagem exija, ela terá que entrar na Barca do Diabo.
Cena III - v. 241 a 328[editar | editar código-fonte]
Segue-se o Rei, que também irá prosseguir para o Inferno, uma vez que pecou, não respeitando os humildes:
Porque fostes adorado
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