autismo
Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da UFMG. Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em
Educação de Surdos (GEPES), do Centro de
Alfabetização, Leitura e Escrita (CEALE/FAE/UFMG)
As questões aqui tratadas advêm de reflexões de vários anos de trabalho com pessoas surdas. Recentemente, como assessorana área da surdez, na equipe de
Educação Especial da SEE/MG, acompanhei proposições da inclusão escolar de alunos surdos em escolas públicas e de alunos com outras necessidades educativas especiais, no Estado de Minas Gerais, bem como em outros Estados brasileiros.
Minhas considerações se baseiam ainda em pesquisa (Botelho, 1998) através da qual tive a oportunidade de analisar sujeitos surdos em processo de escolarização no primeiro e no terceiro graus, em escolas para alunos ouvintes.
Há muitas controvérsias quando se propõe a inclusão escolar dos surdos em escolas com alunos ouvintes. Urge, assim, retomar alguns pressupostos de base.
Pressuposto 1. A interação com o ouvinte: determinante do desenvolvimento da linguagem oral pelo surdo - Um equívoco?
A inclusão escolar dos surdos em escolas para alunos ouvintes tem a premissa de que é necessário reproduzir para o surdo as mesmas condições em que o ouvinte adquire a língua oral.
O fundamento dessa proposição é a educação oralista, através do que se denomina abordagem natural. Propõe-se oferecer ao aluno surdo, na escola e na sala de aula, as mesmas condições de comunicação oral oferecidas ao aluno ouvinte. A idéia de imersão na língua oral determina aulas expositivas e outras formas metodológicas semelhantes, quando ao discorrer verbalmente sobre o tema, o professor cuida de articular com mais lentidão e clareza as palavras que pronuncia, procura estar sempre de frente para o sujeito surdo, registrando no quadro-negro as informações que fornece oralmente, entre outras atitudes.
É indicação comum da abordagem