Autismo e relações escolares
O presente trabalho busca entender qual o papel da escola, e das relações construídas através desta instituição, no desenvolvimento de pessoas com transtorno autista. Para isso, realizamos uma contextualização do que é considerado como autismo, bem como um apanhado histórico do surgimento deste termo e de algumas diferenciações que foram sendo feitas ao longo do tempo. Além disso, buscamos saber o que tem sido estudado e feito no que concerne às relação entre a escola enquanto ambiente educacional e de formação de diversas relações, e a criança autista.
Partimos, então, de uma compreensão sócio-histórica do ambiente educacional, fundamental enquanto possibilitador de construção do conhecimento do sujeito sobre si e sobre o mundo através das interações com os professores e com os outros alunos, para refletirmos sobre os papeis e cuidados da escola com relação ao autista. Pensamos, através de exemplos encontrados em revisão bibliográfica, práticas possíveis de serem feitas, que acolhem e dão segurança à criança com certas peculiaridades e diferenças em seu desenvolvimento, bem como auxiliam na abrangência de repertório e na construção de novos conhecimentos e maneiras de estar no mundo.
De maneira geral, o que é o autismo? O autismo é um dos mais conhecidos transtornos entre os chamados transtornos invasivos do desenvolvimento, associados a dificuldades relacionadas com habilidades sociais e comunicação. Dessa forma, o comprometimento de mecanismos de sociabilidade básicos e precoces compromete o desenvolvimento social, cognitivo e da comunicação. Possíveis causas tem sido atribuídas principalmente a fatores genéticos, com destaque à influência dos ambientes em que a criança se desenvolve. Em geral, o interesse por compreender o autismo advém da curiosidade em encontrar nos autistas um subdesenvolvimento da comunicação, dos relacionamentos sociais e do compartilhamento de mundos mentais, atividades consideradas tão características de pessoas