Autismo e educação inclusiva
Um dos pioneiros no trabalho sobre autismo foi o psiquiatra infantil dos EUA, Leo Kanner a partir do seu estudo com 11 crianças que apresentavam em comum um padrão peculiar de comportamento. Este padrão compreendia muitos diferentes aspectos, mas segundo Kanner, os principais eram os seguintes: uma profunda falta de contato emocional com as outras pessoas, ausência de fala ou formas peculiares, idiossincráticas de falar que não parecem adequadas à conversação, fascinação por objetos e destreza no manuseio deles, um ansioso e obsessivo desejo de preservar a imutabilidade do ambiente e/ou rotinas familiares, evidências de inteligência potencialmente boa segundo a aparência facial e feitos de memória, ou habilidades de realizar tarefas envolvendo encaixes e montagens. E denominou esse padrão de comportamentos como uma síndrome especifica e decidiu denomina-la de “Autismo Infantil Precoce”. Kanner se apropriou do termo autismo que foi utilizado primeiramente utilizado por Breuler para definir uma das características da esquizofrenia adulta, como o isolamento social. Por toda a história diferentes autores, como também Hans Asperger, – que utilizou o termo psicopatia autística - descreveram e estudaram comportamentos similares.
A partir da década de 50 começa a surgir uma relação entre o autismo e a psicose, em particular com a esquizofrenia. Nesse momento o autismo era considerado uma manifestação precoce da esquizofrenia, principalmente por apresentar fatores similares como o isolamento social e a dificuldade nas relações interpessoais - o que mais tarde constatou-se que na verdade ocorrem de maneiras e por razões diferentes. Comumente os indivíduos autistas falam e riem sozinhos sem motivo aparente, o que levava os outros a acreditarem que tinham alucinações, mas na verdade se trata de uma ecolalia remota ou tardia.
O autismo só passou a ser concebido como um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) a partir do DSM III, em 1980