AUTENTICIDADE MEM RIA E IDEOLOGIAS NACIONAIS
José Reginaldo Gonçalves
O artigo aborda as questões dos patrimônios culturais e o seu papel na construções da ideia de nação. O autor o inicia com a apresentação do conceito de autenticidade e sua relação com a sinceridade na Moderna História Cultural do Ocidente. Os conceitos apresentados podem ser utilizados para diversas pessoas e objetos onde a ideia de autenticidade, no que diz respeitos aos objetos, vem vinculada às modernas técnicas de reprodução. Utilizando os estudos de Benjamin, a autenticidade é vista como algo original, não reprodutível enquanto o inautêntico é visto como cópia ou reprodução. Porém, com a modernidade, essa ideia vem sendo abandonada em algumas formas de arte, como a fotografia. E por isso, perde-se também a “aura” dos objetos de arte que, ao serem reproduzidos, perdem sua originalidade, seu caráter único e sua relação com o passado tornando-se objetos definidos como não-auráticos por não possuírem qualquer relação com um passado, seja pessoal ou coletivo. E com isso, perde-se também a importância da oposição entre autênticos e inautênticos.
O autor se apropria desta teoria de Benjamin e contextualiza as ideias com os patrimônios culturais que propendem a perder a sua “aura” devido à reprodutibilidade técnica, questionando a autenticidade da nação que é expressa por eles. Utilizando como exemplo duas cidades, Colonial Williamsburg – EUA e Ouro Preto – Brasil, que estão diretamente associadas com as ideias de identidade e memória nacional e, no entanto, uma é vista por alguns como exemplo de inautenticidade, do que não deve ser um autêntico trabalho de preservação histórica. Esses lugares são chamados de não-auráticos devido a falta de vínculo com o passado, com maior enfoque na recriação, classificados então como historic preservation que denomina um conjunto de atividades associadas a preservação, restauração e recriação de objetos, prédios,