Auta de souza
Aceno doce das flores.
RENASCIMENTO
A Olegária Siqueira
Manhã de rosas. Lá no etéreo manto,
O sol derrama lúcidos fulgores,
E eu vou cantando pela estrada, enquanto
Riem crianças e desabrocham flores.
Quero viver! Há quanto tempo, quanto!
Não venho ouvir na selva os trovadores!
Quero sentir este consolo santo
De quem, voltando à vida, esquece as dores.
Ouves, minh’alma? Que prazer no ninhos!
Como é suave a voz dos passarinhos
Neste tranqüilo e plácido deserto!
Ah! entre os risos da Natura em festa,
Entoa o hino da alegria honesta,
Canta o Te Deum, meu coração liberto!
Créditos: Adelina Maria, especialista em
Literatura, professora de Língua Portuguesa e
Literatura
E teve pena de vê-las
Formosas, mas sem ter brilho:
Olhou sorrindo as estrelas
Dos cabelos de seu Filho...
Ah! fora Ela que as fizera
Com a graça de seu sorriso,
N’um dia de Primavera,
Na glória do Paraíso!
E seus olhos procuraram
Algum oculto tesouro:
“Para as flores, que faria?”
Quando do Céu a chamaram
Os Anjos todos, em coro:
“Maria!”
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SIMBÓLICAS
A Emília Guerra.
Quando Deus criou Além
As estrelas em cardume,
Na terra criou também
As flores, mas sem perfume.
Um dia, ao mundo de abrolhos
A virgem pura desceu,
Com um manto da cor dos olhos
E uns olhos da cor do Céu.
No Céu azul de seu manto
Brilhava um astro: Jesus!
E, em seu olhar sacrossanto,
Boiava a Inocência, a Luz...
Maria! - os anjos clamaram
A chorar, vendo-a partindo... Tu levas nossa alegria...”
Mas da terra lhe acenaram
As flores todas, abrindo:
“Maria!”
E Ela deixou do Infinito
Os resplendentes fulgores,
Ia partir... Que lembrança
Podia deixar no campo?
Dera o sorriso à criança,
Estrelas ao pirilampo!
Nos meigos olhos perpassa
Não sei que lampejo doce...
E a Virgem, cheia de graça,
Do mundo triste evolou-se.
Mas, Ela, que dera o encanto
Do riso sagrado à infância,
Da dobra azul de seu manto
Deixou cair a