Auschwitz
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Organizador: Gabrl,l C.h,
Coordenador: Florestan Fernandes
,\SOCIO~OCIA
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EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZ *
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Para a educação, a exigência que Auschwitz não se repita é pri- / mordial. Precede de tal modo quaisquer outras, que, creio, não deva
'. nem precise ser justificada. ' Não consigo entender como tenha merecido
-' tão pouca atenção até hoje, Justificá-la teria algo de monstruoso em face da monstruosidade que ocorreu, Mas que a exigência e o~ problemas decorrentes sejam tão subestimados testemunha que os homens não se
" compenetraram da monstruosidade cometida, Sintoma esse de que sub~ siste a possibilidade da reincidência, no que diz respeito ao estado de consciência e inconsciência dos hom.ns, Todo debate sobre parâmetros
, " educacionais 6 nulo e indiferente em face 'deste - que Auschwitz não se repita, Foi a barbárie, à qual toda educação so opõe, Fala-se da iminente recaída na barbárie, Mas ela não é imiqente, Auschwitz é a própria recaída; a barbárie subsistirá enquanto as condições que produziram
, aquela recaída substancialmente perdurarem, Esse é que é o receio todo:'
-A pressão da sociedade perdura;"não - obstânte toda a invisibilidade do perigo hoje, Ela impele os homens até O indescritível, que em Auschwitz culminou em escala histórica, g,n_ as intuições de Freud que realmente t,e alcançam também a cultura e a sociologia parece-me das mais profuDda~, _
, - a que afirma que a civilização produz a anticivilização e a reforça pr",,_
. gressivamente. $.eus ,?scritos sp'pr~ "o m~l-estar na cultura" e a "psicologia .
- das-massas c análise do"ego", mereceriam a mais ampla difusão precisa"
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Reproduzido de AOORNO, T. W. ErziehuDi nach Auschwitz. ln: - . Sllchworte; lritiaebe, Mod,Ue 2. Frankfurt" Subrkamp, 1974. Trad. por Aldo o .u,l,
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mente no co ntexto de Auschwitz.