Aulas de redação
PARA A COMPETÊNCIA VERBAL ESCRITA
Darcilia Simões (UERJ)
Por que aulas de redação?
Há muito que venho buscando refletir sobre problemas relativos à redação e aos redatores, assim como tentando encontrar ou compor estratégias didático-pedagógicas que pudessem minimizar as dificuldades alegadas pelos usuários no que tange a dizer por escrito o que pensam.
Ainda que o advento da era cibernética tenha trazido significativas modificações na vida humana, a necessidade de expressar-se por escrito não deixou de impor-se. Ao contrário, cada dia se torna mais ingente a fluência verbal escrita. Mesmo aqueles que pensam que a Internet teria vindo para dispensar a prática da escrita, já começam a conscientizar-se de que até a rede internacional de computadores exige cada vez mais práticas verbais escritas.
Ao lado dessa questão, verifica-se a discussão acerca do domínio da língua portuguesa em seu uso padrão. É claro que os usos verificáveis nos chats, blogs e mesmo em algumas páginas virtuais documenta usos não-padrão da língua; até mesmo usos inusitados de escrita, não-condizentes com nenhuma das modalidades catalogadas entre as variantes lingüísticas. Contudo, as práticas informais da língua não são parâmetro para uma reflexão que se volta para os usos formais da língua, responsáveis pela produção de documentos de toda sorte e cuja responsabilidade didático-pedagógica para a formação de usuários eficientes está centrada nas atividades escolares ou para-escolares (práticas educativas paralelas, complementares ou suplementares ao processo de escolarização: cursinhos, oficinas, seminários etc.)
Numa primeira olhada, o que se pode perceber é que há um grande equívoco em relação ao domínio efetivo e eficiente da língua materna (em nosso caso o português como L1), assim como em relação à educação lingüística dos sujeitos. Tem havido, ao longo dos tempos um vai-e-vem tresloucado nas aulas de linguagem, e os usuários ditos escolarizados apresentam-se a cada