Aula Sociedade Hist Ria E Filosofia
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
Laboratório de Análise Filosófica II
Sérgio Dela-Sávia
Aula: Sociedade, história e filosofia
1. Indivíduo e sociedade: não podemos derivar a sociedade nem do biológico, nem do psíquico: o indivíduo é uma fabricação da sociedade (ele porta as significações da sociedade à qual pertence). É preciso postular a existência de um outro nível de ser: o social-histórico (campo de criação “que se faz ser fazendo ser a instituição e as significações sociais que aí se encarnam”).
2. Instituição social: nível abstrato (simbólico) e nível concreto (realidade efetiva).
3. Limite de aplicação de certas categorias (funcionalidade, racionalidade, etc. [sobre a ausência da noção de tempo entre os Tapirapé]). É preciso que uma sociedade seja tal para que determinadas questões surjam. Condições para a emergência de um sujeito capaz de reflexividade e de ação deliberada: a) material: estruturação neurofisiológica (“trilhamentos” [passagens, vias, trajetos, facilitações]: maneiras estabelecidas de fazer e de ser. Ex.: a linguagem) ; b) subjetiva (psicológica): hábitos e propensões. Tais condições são duplamente históricas: remetem à história do indivíduo bem como à história da sociedade à qual este pertence. Reflexividade e ação deliberada são possibilidades do sujeito humano, e não dimensões inerentes a ele.
4. Continuidade/descontinuidade em história: impossível analisar a alteração de formas sociais como determinada por um “desenvolvimento racional” (Ex.: a Europa dos sécs. VII a IX, relativamente ao Império Romano). A história não corresponde a uma sucessão linear de formas sociais. (Sobre as assimilações entre sociedades. Ex.: a lenda egípcia que atribui a criação das ciências a um deus inimigo do descanso dos homens [Teuthus ]foi assimilada pelos gregos [Prometeu]).
5. Heteronomia social: imputação do fundamento da sociedade a uma fonte extra-social. O ser da