Aula De Coes O E Coer Ncia
COESÃO
COERÊNCIA
Quando falamos, precisamos ser claros para que nosso ouvinte entenda o que queremos comunicar.
Quando escrevemos, a situação não é diferente: nosso texto deve fazer sentido para quem o lê. Se um texto faz sentido, dizemos que é COERENTE.
OBSERVE A DIFERENÇA:
Eram cinco horas, porém não vou ler agora esse documento e já fomos dispensados do trabalho.
Ele é incoerente, pois não produz sentido. As três orações que compõem, ainda que próprias da língua, não apresentam uma relação clara de sentido entre si, estão desarticuladas. Se as mesmas orações aparecessem assim articuladas, haveria produção de sentido:
São cinco horas. Não vou ler agora esse documento, pois já fomos dispensados do trabalho.
Pode haver coerência sem coesão?
Há textos que se organizam por justaposição ou com elipses e, mesmo assim, podem ser considerados textos por seus leitores/ouvintes, pois constituem uma unidade de sentido.
Como exemplo de que pode haver coerência sem coesão, veja o texto seguinte:
CIRCUITO FECHADO
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete.
Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa abotoaduras, calças, meias, sapatos, gravata, paletó. [...] Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis. [...]
Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo.
Papéis, telefone, [...]
Apesar de aparentemente desconexos, os fragmentos transcritos anteriormente têm sentido: eles falam da rotina de um homem de negócios. A sequência das palavras ou frases justapostas retrata um mundo moderno que bem conhecemos. Assim, apesar da estranheza que provoca em uma primeira leitura, o texto é coerente, ou seja, faz sentido.
Podemos dizer que um texto deve possuir coerência em três níveis: do texto em si, ou seja, uma coerência interna; do texto com a realidade,