Aula cronometrada
“Aula cronometrada” é uma polêmica matéria assinada por Roberta de Abreu Lima (Veja / edição 2170 / 13 de junho de 2010; link abaixo) sobre como os cronômetros podem ajudar a compreender as causas da propalada ineficácia na sala de aula em escolas públicas brasileiras.
A presença de especialistas, com um suposto rigoroso método científico, munidos de cronômetros, sentados ao fundo da sala, foi rotulada pelo sindicato dos professores pernambucanos como prática de "patrulhamento" e "repressão". Segundo a autora da matéria, essa postura do sindicato mostra uma manifestação de flagrante corporativismo.
De qualquer modo, esses especialistas, além da observação tradicional, cronometram como o tempo de aula é utilizado. Com um universo de 400 escolas visitadas até o momento, nos Estados de Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro, um fato óbvio agora assume ares de ciência: as aulas são monótonas e o uso do quadro é a principal técnica de ensino, o que leva à indisciplina e à desatenção por parte dos alunos. Sugere-se também que os professores gastam tempo demais com temas irrelevantes e não se mostram capazes de atrair o interesse de alunos rodeados por demandas e desejos da chamada era digital.
Esses profissionais cronometradores são treinados pelo Banco Mundial e podem ser mais uma arma, mesmo que polêmica, para fazer com que o Brasil saia do ciclo vicioso do ensino precário/aprendizagem ineficaz. Só o tempo dirá se tal método cientificista e positivista poderá seduzir professores e educadores em geral, em nome de um ensino mais reflexivo e condizente com a contemporaneidade. Por ora, fiquemos com a resposta negativa aos cronômetros por parte da professora Vanessa Storrer, da rede municipal