aula ava 4 extensão
Trazer as vivências de educandos e educadores, e suas experiências sociais como objeto de pesquisa, de atenção, de análise e de indagação é o grande desafio.
Questões importantes estão postas nessa tentativa: qual a relação entre experiência social e conhecimento? Os currículos e as áreas reconhecem essa relação? As didáticas a explicitam ou a ignoram? As tentativas dos professores de articular vivências sociais e o conhecimento são reconhecidas ou marginalizadas nos currículos das escolas? Por quê?
Comecemos pela questão de fundo: qual a relação entre experiência social e conhecimento? No currículo, essa questão é tratada como se fosse possível a separação entre experiência e conhecimento. A produção do conhecimento é pensada como um processo de distanciamento da experiência, do real vivido. O real pensado seria construído por mentes privilegiadas por meio de métodos sofisticados, distantes do viver cotidiano. Logo, segundo Arroyo (2011), o conhecer é visto como um processo distante do homem e da mulher comuns, do povo; distante até do docente que ensina o povo.
Quando os docentes trazem as experiências sociais para os processos de ensino e aprendizagem, se contrapõem a essa separação entre experiência e conhecimento.
Essa polarização entre conhecimento e experiência passou a operar como padrão de hierarquização de saberes e, sobretudo, de experiências e de coletivos sociais e profissionais. Nessa hierarquia supõe-se que os coletivos superiores produzem experiências e conhecimentos nobres, enquanto os coletivos tidos como inferiores, atolados nas vivências comuns do trabalho e da sobrevivência, produzem saberes comuns. Supõe-se que os trabalhadores produzem saberes elementares; saberes da prática comum.
Reconhecer e enfatizar a relação estreita entre experiência e conhecimento ou reconhecer que todo conhecimento tem sua origem na experiência social não é apenas