Aula 7º ano
As lições que as religiões indígenas nos trazem
A história revela um grande palco, onde interagem as mãos de pessoas de bom coração. Aquelas que desejaram a paz e alegria da comunidade, sem excluir ninguém. O coração é onde habita o espírito da floresta, um Deus verdadeiro. E as mãos dos que ambicionaram tudo para si, sem coração, sem perceber a fome das crianças, cujas terras de seus pais foram tomadas, muitas vezes em nome de uma religião, de um deus que não existe.
Escolher a religião, o ritual, trocar de fé, misturar doutrinas e imagens, criar espaços sagrados é um fenômeno intrínseco na história da humanidade. Admirável é a festa do Kuarup no Alto Xingu. Dois pajés ficam a noite toda, até o amanhecer, cantando, dançando e tocando seus chocalhos, em frente aos troncos da madeira kuarup. Esses rituais xamânicos no passado, infelizmente, não foram compreendidos. Antes da festa, jovens índias e índios em pares entram nas ocas tocando flauta aruá (bambu) “para a tristeza ir embora”.
Na cidade de Porto Alegre, no quintal de uma casa, o índio Álvaro inicia seu canto em língua tucano ao som do chocalho, coroando cada um com seu lindo cocar de penas de águia trazido do Alto Rio Negro. O índio, a aldeia, podem praticar seus rituais primordiais, ou eleger o culto budista, ser muçulmano, protestante, zenbudistas etc., ou nenhuma, como todo cidadão livre no Brasil. A decisão sincera é o melhor caminho.
Princípio Terra
A vida dos povos indígenas manifestasse em ritual de embelezamento da vida, simbolizando-a, cercando-a de natureza, lugar onde continuamente acontece a arte dos Criadores. O grande Pai Criador, ao ver a maldade na terra, criou uma terra onde não há males e onde tudo se constrói. Na tradição judaico-cristã, temos o mito da criação do mundo: “No princípio, Deus criou o céu e a terra”, “Deus viu que isso era bom” (Gn 1,1; 3-24).
Os índios ajudam-nos a rever os conceitos que temos sobre a natureza, a reconstrução do mundo, da nossa própria casa.