Aula 6 Resenha De Pierre Bourdieu
Intentando desvendar os usos e consequências da ciência na sociedade, Bourdieu faz uma análise de sua estrutura interna e da história da ciência, explicando sua noção de "campo científico”. E para tanto, explica esse conceito como "o universo no qual estão inseridos os agentes e as instituições que produzem, reproduzem ou difundem a ciência". Relacionando o campo científico com seu próprio contexto histórico e apenas os agentes envolvidos internamente a ele, difere de outros tipos de análise, que consideram para seus estudos apenas os textos de determinada produção cultural (literária, científica, artística, filosófica, econômica, etc.), ou a consideram dentro de um contexto socioeconômico e suas relações com outras manifestações de campos independentes no momento histórico. O autor então define o que acha importante para a ciência da ciência, deixando clara sua crítica às correntes, como a marxista, por sua necessidade de relacionar diversos campos, analisando intervenções de elementos artísticos com fatos políticos ou literatura às manifestações econômicas. Quando o autor fala sobre a impossibilidade de autonomia total na ciência, exemplificando com as ciências sociais, que devido à sua grande politização é uma das áreas menos propensas à libertação das leis do macrocosmo, deixa de lado as considerações sobre as outras ciências, que também possuem (talvez até no mesmo nível), estudiosos e instituições tendenciosas, e não considera que enquanto a ciência for feita por seres humanos não há como fugir disso, pois é impossível medir quanto das ações dos cientistas em qualquer área, vem de sua formação, ideais e relações pessoais refletidas em seus atos e pesquisas, e o quanto é influenciado somente por razões científicas. Prejudicial à conquista da autonomia científica é a estrutura de poder existente na sociedade, que se reflete nos campos que faz muito mais fácil a conversão do capital científico particular