Aula 11
AULA 11: ORIGEM ANTROPOLÓGICA DA VIOLÊNCIA
INTRODUÇÃO
Nesta aula será analisada a origem sócia antropológica da violência, não há um único olhar que esgote o problema da violência, o que sugere que essa pluralidade de olhares pode revelar um conjunto de dados observáveis que só se dão numa rede de crenças, questões e interpretações, que precisam ser compreendidas para que possam ser equacionadas.
CONTEÚDO
No sentido antropológico, a violência se relaciona com uma condição antropológica fundamental e, portanto, trata-se de um problema especificamente humano, o que implica que os termos, “violência” e “agressividade”, referem-se a fenômenos que se recobrem apenas parcialmente, mas não são idênticos.
É possível dizer que não há propriamente violência na natureza, mas apenas no mundo humano; apenas os seres humanos são realmente violentos. Se tomarmos, por exemplo, a violência maciça que designamos como “massacre” ou “genocídio”, esses eventos terríveis só pode ser compreendida a partir de uma pluralidade de causas. Entre elas pode ser incluída certamente uma causa sociobiológica como, por exemplo, a densidade demográfica, que pode ser observada entre os animais como fator que desencadeia a agressividade.
No entanto a densidade demográfica não pode ser tomada como causa determinante, pois seu efeito depende de um complexo causal que inclui elementos econômicos, políticos, étnicos, religiosos e, de modo não menos importante, psicossociológicos e psicanalíticos. Essa causalidade plural e de intrincada interação, esse concurso de diversas dimensões do comportamento humano favorece a ideia de que a violência é especificamente humana e tem uma relação intrínseca com uma condição antropológica fundamental.
Neste contexto, percebe-se que se a violência é um fenômeno especificamente humano e está intrinsecamente ligada à cultura. Fica, assim, delineado um paradoxo: a violência não só não pode ser radicalmente eliminada da cultura,