augusto comte
Direita e esquerda são posições políticas originárias do lugar ocupado nas cadeiras da Assembleia Nacional Constituinte francesa, no tempo de Luís 16, os anos finais do século 18. Os representantes dos nobres, burgueses ricos e elementos do clero ficavam à direita. Eram os que não queriam grandes alterações na ordem social e política, que os beneficiava por meio de um sistema de privilégios.
Os representantes da pequena e média burguesia e de pessoas simpáticas a tais setores ficavam à esquerda. Eram os que desejavam o fim dos privilégios e uma reforma política e social que, segundo eles, tiraria a França da crise em que se encontrava, e em função da qual o rei havia convocado a Assembleia.
Desse modo, a direita ficou sendo uma posição alheia ao crescimento do estado diante da sociedade, enquanto que a esquerda se torno uma posição de endosso da maior participação do estado na vida social. A democracia liberal ficou sendo a direita, enquanto que as posições ligadas à social-democracia se mostraram como sendo a esquerda.
No decorrer do século 20, fenômenos ligados ao imperialismo alteraram um pouco esse quadro. Alemanha, Japão e Itália desenvolveram um desejo de participar do comércio internacional de forma imperialista, mas esse tipo de posição já tinha dono. Inglaterra, França e, de certo modo, os Estados Unidos já haviam repartido o mundo em três, exercendo toda forma de neocolonialismo. A ideia que Alemanha, Japão e Itália tiveram, então, foi uma só: quebrariam a ordem liberal interna de seus estados e os colocariam em função de algumas empresas de alguns grupos de pessoas ricas, e assim fazendo teriam empresas poderosas, capazes de competir com aquelas exclusivamente privadas das democracias liberais. Além disso, sempre pensando que talvez não pudessem competir de igual para igual, esses países se militarizaram e quiseram abrir espaço para o comércio com os povos neocolonizados na base da força. Iniciaram