Auditoria operacional
Com a crise enfrentada pela empresa, que cancelou todos os seus vôos no sábado e no domingo, tripulantes da Vasp têm procurado se habilitar a empregos nas duas companhias que têm recrutado novos profissionais, a TAM Transportes Aéreos e a Gol Linhas Aéreas.
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Têm encontrado certas dificuldades, como a norma da TAM que não permite a contratação de parentes de já empregados, ou o baixo limite de idade exigido pela Gol, que considera profissionais acima de 30 anos muito velhos para ser co-pilotos, por maior experiência que tenham. Mas o pior é que os exames médicos e de simulação de situações de vôo têm revelado um grupo extremamente estressado com sua situação de salários atrasados, obsolescência das aeronaves que pilotam e incerteza com o futuro da companhia.
"Nunca vimos pilotos tão estressados", disse a um desses candidatos a uma nova vaga o especialista de outra companhia que o examinou. Com apenas 32 anos, o piloto da Vasp estava com a pressão arterial alterada e com dificuldade de concentração na simulação de vôo por instrumentos - casos típicos de estresse em profissionais que anualmente prestam exames rigorosos nos hospitais da Aeronáutica à qual está subordinado o Departamento de Aviação Civil (DAC), para revalidação de suas carteiras. As tripulações da Vasp também têm sido alvo de procedimentos especiais por parte dos fiscais do DAC, que a cada pouso de aeronave da companhia entram na cabine de comando e examinam os documentos dos pilotos, para ver se eles estão regulares e seus portadores cumprindo jornadas legais.
Ontem, a Vasp, que já foi a segunda empresa aérea doméstica do País e mesmo em plena crise da aviação comercial, no fim de 2002, ainda mantinha mais de 11% de participação no setor, só fez decolar três vôos, dos aeroportos de Guarulhos(SP), Rio e Recife, todos com destino ao Nordeste, rota com melhor ocupação no verão. Ao mesmo tempo que a empresa anunciava a suspensão de suas operações na Ponte Aérea