ATUAÇÃO DO ESTADO NA EXPANSÃO URBANA DO EIXO NORTE DE BELO HORIZONTE: PROTAGONISTA OU COADJUVANTE?
RAMON COELHO DA CRUZ1
Universidade Federal do Rio de Janeiro – ramonbhgeo@yahoo.com.br
DENISE MARQUES SALES2
CNPq/CDTN/CNEN-UFMG – denise.marques.sales@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
No final do século XX a cidade de Belo Horizonte se expandiu na direção do denominado Vetor Oeste. Com a saturação do uso e ocupação do solo urbano do Vetor Oeste, e também, devido a manifestações da sociedade civil frente ao poder público contra uma saturação fora de controle, o Estado passou então a planejar o crescimento da cidade no inicio deste século XXI na direção norte da cidade, ou mais conhecida como Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
No início da elaboração deste trabalho enviamos o título do resumo com a nomenclatura Eixo Norte por adotarmos os termos mais usados em um estudo da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH, 2010) sobre esta nossa área de estudo. Porém, gostaríamos de nos retratarmos, pois tal nomenclatura matemática não está de acordo com os limites geográficos da área de estudo, até mesmo a adoção do atual termo Vetor Norte é baseada na maioria dos estudos urbanos que se referem ao setor norte da cidade de Belo Horizonte, e ainda não contempla especificamente a nossa área de estudo, pois o Vetor Norte engloba uma dimensão territorial que abrange não só o centro metropolitano e área norte do município de Belo Horizonte como mais outros 14 municípios da RMBH, e aqui vamos nos ater a destacar mais as três regiões administrativas ou regionais de Belo Horizonte que são: Norte, Pampulha e Venda Nova – mesmo que no texto venhamos a utilizar o termo Vetor Norte.
Três projetos estruturadores tem impulsionado a expansão do Vetor Norte, sendo:
a) A implantação da Linha Verde – sistema viário que envolveu duplicação e ampliação de vias para acesso rápido as áreas norte e nordeste de Belo Horizonte e ao Aeroporto Internacional de Confins;