Atps
[Neste texto, Weber seguindo a episteme corrente em fins do século XIX e que ainda é bastante preservada atualmente na sociologia, dá mais ênfase aos fatores conservativos de “maior alcance”
(às regularidades, ao “estável”) que aos fatores proliferantes (às inovações, ao acaso, ao “instável”);
i.e., ele enfatiza os fatores de ordem que subjazem em detrimento dos fatores de entropia que pululam. Contudo, Weber utiliza desse recurso com brilhantismo por desenvolvê-lo cuidadosamente para, a seguir, contrapô-lo a “uma das grandes forças revolucionárias da História”, a legitimidade do líder carismático. Do ponto de vista da ciência política, o esquema deste texto é importante, exatamente por essa opção epistemológica, algo que, epistemologicamente o faz bastante assemelhado ao texto anterior (Política como vocação). Em Política como vocação Weber chama a atenção para os fatores conservativos do empreendimento político, os quais só um líder partidário carismático pululante deve compreender, subjugar e considerar para administrar com sucesso seu empreendimento singular. Agora, neste texto sobre os três tipos de dominação Weber novamente chama a atenção para a estrutura sociológica das formas de administração que são coerentes com as crenças na legitimidade das bases jurídicas que alicerçam (conservam) o domínio em formações estatais distintas. Mais uma vez ele lembra que não há um domínio burocrático exclusivo, portanto, que há invariavelmente a necessidade de um líder organizar seu quadro administrativo que lhe seja leal, lealdade calcada na solidariedade de interesses entre líder e membros quadro. Apresentando ainda, como as democracia convertem a dominação carismática autoritária dos líderes e sua forma de anúncio de ordem em domínio legal, em dominação anti-autoritária, mediante concorrência em processo eleitoral de escolha e adesão à ordem correta que prevalecerá (vontade dos súditos)]