Atividades diversificadas
ATIVIDADE DE PORTIFOLIO
Aspecto da obra O Primo Basílio _ Eça de Queirós
Publicada em 1878, a obra O Primo Basílio tem como subtítulo Episódio da vida doméstica. Nela, Eça de Queirós volta o seu olhar crítico para o casamento como instituição representativa da hipocrisia burguesa. Bastante influenciado por Madame Bovary, de Gustave Flaubert, Eça tem em Emma Bovary o modelo para a construção de Luísa, personagem frágil e sonhadora. O casamento e o adultério tornam-se temas preferenciais do romance. Associou-se a figura feminina a fragilidade decorrente da própria natureza e das condições ambientais revelando alguns elementos típicos do Determinismo naturalista: a “fraqueza” humana, e aqui particularmente da “fêmea” perante os instintos, a submissão à tirania da carne, que animaliza as personagens, empobrecendo-as enquanto seres humanos etc. O livro inova a criação literária da época, oferecendo uma crítica demolidora e sarcástica dos costumes da pequena burguesia de Lisboa. Na sua crítica ao casamento Eça de Queirós utiliza personagens despidos de virtude, situações dramáticas geradas a partir de sentimentos fúteis e mesquinharias, lances amorosos com motivações vulgares e medíocres - tudo isso, ao mesmo tempo em que ataca, desperta o interesse da sociedade de Lisboa. Eça de Queirós explora o erotismo quando detalha a relação entre os amantes. Inova também ao incluir diálogos sobre homossexualismo como ações externas ao personagem. Além da família em decomposição, outros pilares da ordem social então vigente, tais como o Clero e a Aristocracia, são escolhidos como alvos e dissecados em seus vícios e hipocrisias. Esse aspecto atribui certo caráter polêmico e pedagógico ao romance realista português,