Atividades de Portfólio
Texto 1:
A IMAGEM E OS ESPELHOS (p. 58)
Jamais deves buscar a coisa em si, a qual depende tão-somente dos espelhos.
A coisa em si, nunca. A coisa em ti.
Um pintor, por exemplo, não pinta uma árvore. Ele pinta-se uma árvore.
E um grande poeta — espécie de Rei Midas à sua maneira — um grande poeta, bem que ele poderia dizer:
— Tudo o que eu toco se transforma em mim.
Texto 2:
ENTOMOLOGIA (p. 177)
A borboleta mais difícil de caçar é o adjetivo.
Texto 3:
TRÁGICO DILEMA (p. 39)
Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, um dos dois é burro.
Texto 4:
NÃO DESPERTEMOS O LEITOR (p. 52)
Os leitores são, por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo. Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as eternas frases feitas. (...) Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar-comum é a base da sociedade...
Texto 5:
A BORBOLETA (p. 19)
Cada vez que o poeta cria uma borboleta, o leitor exclama: “Olha uma borboleta!” O crítico ajusta os nasóculos e, ante aquele pedaço esvoaçante de vida, murmura: — Ah! sim, um lepidóptero...”
Texto 6:
PARÁBOLA? (p. 9)
Os espelhos partidos têm muito mais luas.
Texto 7:
A FACE E O ESPELHO (p. 77)
Assim devia ser a relação de autor para leitor: uma face nua num espelho límpido. Mas é tão difícil... Ou a face está mascarada ou o espelho embaciado.