Atividades circenses no colégio de aplicação: educação física para além do esporte
Devido a uma série de fatores históricos os esportes e a ginástica foram por muito tempo adotados como os principais conteúdos trabalhados na Educação Física escolar do Brasil. A sociedade atual, influenciada muitas vezes pela mídia, valoriza demasiadamente o esporte, que é competitivo e símbolo de boa forma. Porém, muitos autores (COLETIVO DE AUTORES, 1992; GALLARDO, 2006) defendem a educação física como uma disciplina tratante da cultura corporal, ampliando o olhar restrito do conteúdo esportivo hegemônico na Educação Física. A partir dessa observação, ocorreu-me o seguinte questionamento: por que, além do esporte e da ginástica, não são incluídas outras práticas corporais nos conteúdos da disciplina de educação física? Com o intuito de contestá-lo, decidiu-se realizar um projeto de pesquisa que avaliasse e propusesse a inserção dessas práticas no âmbito da educação física escolar, focando especialmente nas atividades relacionadas às técnicas circenses. Pouco cultuadas atualmente, as práticas circenses foram, ao longo dos anos, deixadas de lado ou remetidas apenas às apresentações de circos, o que tem depreciado seu valor enquanto prática corporal na sociedade e reforçado sua exclusão enquanto conteúdo da disciplina de Educação Física. Para analisar as possibilidades de inserção e aceitação de atividades relacionadas às práticas circenses como conteúdo no programa curricular da Educação Física do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina foram entrevistados alunos de 14 a 18 anos, participantes das Oficinas de Atividades Circenses que ocorrem como projeto de extensão da UFSC/DAEX e professores da disciplina em questão.
CIRCO – EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR – PRÁTICA CORPORAL – CULTURA