atividade prático-laboratorial-apl 2.1-2ºparte

Os lusíadas
Canto VI, episódio da Tempestade
Estrutura externa: desde a estrofe 70 é estrofe 94, do canto VI.
Estrutura interna: narração, plano da viagem, episódio naturalista.
Estrofes 70 a 79: Descrição da tempestade.
Atentos à narrativa de Fernão Veloso (encontrava-se a contar a história dos Doze de Inglaterra), os navegadores são surpreendidos pelo som do apito (sensações auditivas). Perante este som que anuncia perigo, os marinheiros assumem os seus postos, começando a grande agitação e azáfama. Surge uma primeira ordem do mestre para recolher as velas (estrofe 70). Porém, eis que a tempestade se abate sobre as naus. O mestre dá novamente a mesma ordem, mas imediatamente os ventos desfazem as velas (estrofe 71). Na terceira ordem, o mestre manda «dar à bomba» para retirar a água que já inunda a nau (estrofe 72).
Verifica-se uma gradação crescente que ocorre na descrição da formação da tempestade e se reflete nas ordens do mestre. A tempestade é cada vez mais violenta: primeiro o «vento crece» e logo surge a tempestade com outros ventos indignados. O ruído provocado pela tempestade é tão violento que o mundo parece destruído – comparação (estrofe 71). Do céu surgem sons temerosos – «gritos» – que provocam o medo e o pânico a bordo. O mestre «alerta» na primeira ordem e logo são seguidas as suas indicações (frase termina com ponto final). Na segunda ordem, o mestre fala a «grandes brados» (frase com sinal de exclamação) para que entre a agitação e ruído consiga orientar os homens. Na terceira ordem, o mestre bem ordena «rijamente», mas o caos a bordo já está instalado.
Os soldados e os marinheiros tentam enfrentar a tempestade, mas os esforços parecem em vão. Três marinheiros fortes e experientes tentam assumir o leme, mas não conseguem tal é a força da tempestade (estrofe 73). Os ventos são tão fortes que teriam derrubado a Torre de Babel (hipérbole). A «pequena grandura dum batel» mostra até que ponto as naus são frágeis, perante um mar imenso e