Atividade Física e o Risco Cardiovascular
1. Introdução
O grande desenvolvimento tecnológico e a urbanização das sociedades têm desencadeado uma série de modificações nos hábitos de vida do ser humano. E sem dúvida o sedentarismo, que vem ocorrendo cada vez mais precocemente, até mesmo na infância - computadores, vídeo games, DVD - é uma das principais mudanças.
Com a realização de atividades físicas regulares, além de se eliminar o sedentarismo, conseguimos modificar outros fatores de risco que podem levar à doença aterosclerótica (angina, infarto, derrames, entre outros) tais como: hipertensão arterial, alterações no colesterol, obesidade, diabetes e até mesmo melhorar o estado psicológico. Doenças cardiovasculares coronarianas, dislipidemias, hipertensão, obesidade e diabetes melito formam um conjunto de morbidades geralmente associadas entre si, constituindo-se em graves problemas de Saúde Pública (Turner, 1980; Zimmet, 1986). No Brasil, como se sabe, tais morbidades são responsáveis por grande número de mortes prematuras entre adultos. Por exemplo, em 1985, um terço das mortes ocorridas foi provocado por causas cuja origem se encontra nessas doenças.
Além disso, as doenças cardiovasculares contribuem com mais de 10% de todas as internações hospitalares no Brasil, contribuindo de modo importante pelos custos da área de saúde. As doenças cardiovasculares têm natureza complexa, pois dependem de interação entre fatores genéticos e estilo de vida. A adoção de hábitos saudáveis de vida, por sua vez, é capaz de interferir positivamente em parâmetros fisiológicos como na função endotelial, estresse oxidativo, pressão arterial, e nos níveis de lipídios sanguíneos que exercem significativa influência na incidência de desfechos cardiovasculares graves, como infarto do miocárdio e doença cerebrovascular.
Há evidências de que o processo aterosclerótico inicia-se na infância, progride com a idade e exibe gravidade diretamente proporcional ao número de