Atividade de História - África
Felipe Nunes Para justificar a escravidão, os europeus afirmavam que os negros eram seres inferiores, que não podiam se igualar aos brancos. O negro não era visto como ser pertencente a uma sociedade, com história e cultura. Explicara-se a escravização dos muçulmanos pela rejeição ímpia do cristianismo. Entretanto, o negro-africano desconhecia totalmente a palavra divina, jamais anunciada nessas regiões do mundo. Isso não foi um grande empecilho. A escravização do africano livre foi compreendida como indenização necessária dos gastos para levar a fé verdadeira a esses territórios exóticos.
“Tal ato era justificado pelo fato desses povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos e, portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser justo guerrear com eles.” “Mais ao Sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados, portanto não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas.” O tráfico de escravos gerou impactos no continente africano. Na Angola, onde ocorreu uma maior penetração portuguesa, originou-se uma sociedade mestiça, com hábitos e costumes heterogêneos, além de diferentes crenças. Houve um intercâmbio de culturas de forma mais harmônica, muito parecido com o que ocorreu no Brasil. Mas na maior parte do continente, onde não ocorreu a mesma infiltração de portugueses, as sociedades foram transformadas pelo tráfico com grandes chefes estabelecendo normas de comércio e relações de poder altamente autoritárias, dando origem a regimes ditatoriais. “O tráfico de escravos aumentos o número de guerras, os atos de violências contra aldeias e pessoas desprotegidas. [...]”. “Além disso, o tráfico e a presença de portugueses em regiões da Angola promoveram uma criação de uma sociedade mestiça, cor da pele